O que é o BRABO?

Entrevista com o professor Nilton Rocha sobre o Projeto BRABO, feita durante a viagem no dia 30 de Julho.

O que é o BRABO?

O BRABO é um esforço para costurar uma relação com outros países da América Latina, como a Bolívia, garantindo uma produção de informações bem estruturadas, além de conhecimento com base na vida e nas culturas originárias. Eu vejo isso como uma das tarefas da universidade e dos cursos de comunicação, que é compreender e narrar a história dos povos.

Estamos tentando construir isso através de parcerias como as que temos com a ECA e com o grupo AGRUCO (Faculdade de Ciências Agrárias, Pecuárias, Florestais e Veterinárias, em parceria com a Escola de Ciências Sociais), que faz um trabalho muito parecido com o que fazemos no BRABO, porém de forma mais sistematizada.

Além disso, o BRABO é um processo que vai se constituindo a médio e longo prazo. Não é porque estamos aqui na Bolívia que ele está pronto. E fica muito clara a importância da Magnífica Mundi nesse contexto de produção de informações a partir de uma outra lógica, que tenta estar integrada com a Mãe Terra.

Como tem sido as últimas edições do BRABO?

O BRABO é uma caminhada. A idéia de parceria nasceu em uma viagem de alunos da FACOMB a um festival de cinema em Cuba, em 1998. Levamos oito anos para conseguir realizar a primeira edição.

O BRABO tem ajudado a ampliar a formação dos alunos da FACOMB. Nós mostramos outras opções além do jornalismo comercial. Um exemplo disso é o projeto “Sem Fronteiras”. Sobretudo, nós temos construído uma nova ideologia tanto no aprendizado quanto na relação com outros países.

Nós temos muitas dificuldades, como a falta de recursos, por exemplo. Mas a universidade tem nos apoiado bastante, de forma determinante para alimentar o fluxo de alunos que o projeto exige. A dificuldade de comunicação que temos com os bolivianos é outro problema, assim como o fato de nos encontrarmos apenas uma vez por ano.Mesmo com tudo isso, o saldo é positivo, pois o BRABO contribui para a reorientação política e teórica dos alunos que participam e sentem necessidade de contribuir.

Mariza Fernandes