Polícia Federal, 11h30min no horário local. A mítica travessia da fronteira faz parte da vida diária de um incontável número de trabalhadores, turistas e viajantes. Mochilas, bagagens, pessoas, filas. Misticismos fronteiriços para os navegantes de primeira viagem, e burocrático cansaço para quem faz o mesmo trajeto cotidianamente.
A linha imaginária da tênue fronteira entre Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e Puerto Quijarro demarca-se, apenas, por um desejo em comum: “Bienvenidos a Bolívia”. Com a passagem pelo Porto Fronteiriço com destino à nossa temporada no país, contentamo-nos, solamente, em sermos vistos com bagagens e como viajantes.
Assim, seguimos rumo à ferroviária. No caminho, uma grande similitude com os táxis brasileiros: um dejà vü. Entretanto, não uma sensação de sonho vivenciado, mas sim uma nova visão sinestésica da situação, com ar de suíngue e alegria brasileira.
A brasilidade, na Bolívia, faz-se presente. E isso aparenta se tornar uma constante a partir daqui. Cds, mp3, celulares, carros, casas, estabelecimentos comerciais. Mais adiante, já no trem, rumo à Santa Cruz de La Sierra, o que encontramos? Mais músicas da banda Deja Vu, com toques de Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano e Bruno & Marrone. Nada de fronteiras, por enquanto.
Ana Clara Gomes Costa
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